Rússia flexibiliza embargo e volta a importar frango de regiões fora do Rio Grande do Sul
RURAL | Decisão marca retomada parcial das exportações brasileiras após embargo causado por caso de gripe aviária no Estado gaúcho
A Rússia reverteu parcialmente a suspensão imposta às importações de carne de frango do Brasil e voltou a autorizar a compra de granjas localizadas fora do Rio Grande do Sul. A decisão foi confirmada na tarde desta quarta-feira (21) pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), após reuniões técnicas entre autoridades sanitárias dos dois países.
Além da Rússia, Belarus, Armênia e Quirguistão também anunciaram a regionalização do embargo, permitindo importações de áreas não afetadas pela gripe aviária. Estes são os primeiros países a adotar essa flexibilização desde o início das restrições, motivadas pela confirmação de um foco da doença em uma granja comercial no município de Montenegro (RS).
A decisão foi recebida com otimismo pelo governo brasileiro. Técnicos do Mapa avaliam que a rápida adoção da regionalização, somada ao controle eficiente do foco, fortalece a posição do Brasil nas negociações com outros mercados que ainda mantêm restrições totais.
Na mesma data, os Emirados Árabes Unidos também anunciaram medidas semelhantes, suspendendo apenas as importações de carne de frango oriundas do município de Montenegro, e não de todo o país.
O Ministério da Agricultura já esperava que um foco da gripe aviária em criações comerciais pudesse ocorrer a qualquer momento. Desde 2023, o Brasil adotou um conjunto de medidas preventivas e firmou acordos de regionalização com mercados estratégicos, como Japão, Arábia Saudita, Filipinas e os próprios Emirados.
Embargo parcial segue em vigor
Apesar da flexibilização, o Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor) manteve a suspensão total para o Rio Grande do Sul. O embargo afeta carne de aves, ovos férteis, produtos processados que contenham frango, rações e equipamentos usados na produção avícola. Apenas produtos que comprovadamente passaram por tratamento capaz de eliminar o vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) poderão ser liberados.
O órgão russo também endureceu a fiscalização sobre produtos avícolas de outras regiões brasileiras, com a obrigatoriedade de controle laboratorial reforçado: uma em cada três remessas será testada, por pelo menos três meses.
Em 2024, a Rússia ocupou o 25º lugar entre os destinos da carne de frango brasileira, com 42,9 mil toneladas exportadas.
