15 de maio de 2025

Safra gaúcha de grãos deve cair 8% em 2024/2025, aponta Conab

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RURAL | Principal queda é na soja, afetada por seca e calor extremo; arroz e milho puxam resultados positivos

Relatório divulgado nesta quinta-feira (10) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a safra de grãos do Rio Grande do Sul em 2024/2025 será de 33,9 milhões de toneladas. O número representa uma queda de 8% em relação ao ciclo anterior. Apesar da retração, o Estado deve manter a quarta posição no ranking nacional de produção, atrás de Mato Grosso, Paraná e Goiás. A área plantada teve leve alta de 0,3%, totalizando 10,45 milhões de hectares.

Segundo a Conab, a principal responsável pela queda é a soja. A produção estimada é de 14,6 milhões de toneladas — recuo de 25,7% em comparação com a safra passada. Ainda que a área semeada tenha crescido 1,1%, chegando a 6,84 milhões de hectares, os efeitos climáticos severos comprometeram o desempenho das lavouras.

“O Rio Grande do Sul está passando por uma situação dramática na questão climática”, destacou o presidente da Conab, Edegar Pretto. “A soja foi prejudicada pela escassez de chuva e pelos calores extremos, o que afetou diretamente a produtividade.”

Apesar do retorno das chuvas a partir de fevereiro, os volumes e a regularidade não foram suficientes para reverter o quadro de estresse hídrico. As ondas de calor agravaram o cenário, e atualmente cerca de 35% da área já foi colhida, com variação na qualidade dos grãos.

Arroz e milho: sinais positivos

Em contrapartida, a produção de arroz deve alcançar 8,3 milhões de toneladas — crescimento de 15,9% sobre a safra anterior. A área plantada subiu 5,7% e está em 951,9 mil hectares. A produtividade tem se mantido boa nas lavouras colhidas até o momento (65% da área), especialmente naquelas semeadas no período ideal. No entanto, as altas temperaturas durante o enchimento dos grãos impactaram negativamente a qualidade em algumas regiões.

Para o milho, a previsão é de 5,51 milhões de toneladas, alta de 13,7% frente ao ciclo anterior, mesmo com uma retração de 11,7% na área plantada, que agora é de 719,6 mil hectares. A colheita já avançou sobre 86% da área cultivada e concentra-se no Planalto Superior. As lavouras semeadas no início da janela agrícola tiveram desempenho satisfatório, apesar da estiagem que afetou o ciclo vegetativo e o enchimento dos grãos.

Trigo e feijão: oscilações distintas

A cultura do trigo, principal cultivo de inverno do Estado, deve render 4,09 milhões de toneladas — crescimento de 4,4%. A área cultivada será de 1,29 milhão de hectares, queda de 3,8%. Apesar da redução na área, a produtividade deve aumentar. A semeadura está prevista para iniciar em maio nas regiões mais quentes, como Alto Uruguai, Missões e Fronteira Oeste.

Já o feijão tem previsão de 76,9 mil toneladas, cultivadas em 48,5 mil hectares — alta de 7,3% em relação à safra passada. No entanto, a primeira safra enfrentou estresse hídrico no Planalto Superior, onde o baixo volume de chuvas e o calor prejudicaram as lavouras em fase crítica. A recuperação das precipitações será decisiva para manter as boas expectativas de produtividade nas regiões onde as plantas ainda estão em floração e enchimento de grãos.

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