Simcasul solicita congelamento de salários do primeiro escalão da Prefeitura de Cachoeira do Sul
POLÍTICA | Sindicato reivindica destinação dos recursos economizados para valorização salarial e reajuste do vale-refeição
O Sindicato dos Funcionários Municipais de Cachoeira do Sul (Simcasul) formalizou, nesta quinta-feira (20), um pedido para a Prefeitura congelar os salários do primeiro escalão do governo municipal. A solicitação foi protocolada após análise do projeto de lei enviado à Câmara de Vereadores, que prevê a revisão geral anual dos vencimentos e do vale-alimentação, conforme estabelece o artigo 37, inciso X, da Constituição Federal.
A proposta do Simcasul visa barrar reajustes para o prefeito Leandro Balardin, a vice-prefeita Dulce Lopes, o procurador jurídico, os secretários municipais e os secretários adjuntos. O sindicato argumenta que a economia gerada deve ser utilizada para valorizar os servidores das classes 1 e 2 do Quadro Geral do Município, que, segundo a entidade, não vêm recebendo os reajustes necessários para recompor o poder de compra de seus salários.
Reivindicações incluem reajuste do vale-refeição e cumprimento da Lei Orgânica
Além do congelamento salarial do alto escalão, o Simcasul reivindica que a Prefeitura cumpra a Lei Orgânica Municipal, equiparando os vencimentos básicos das classes 1 e 2 ao salário mínimo nacional. Atualmente, há servidores recebendo abaixo desse valor, o que, segundo o sindicato, fere a legislação e compromete a dignidade dos trabalhadores.
Outra demanda é o reajuste do vale-refeição, que atualmente está em R$ 500 e deveria ser elevado para R$ 600. O Simcasul argumenta que essa atualização é viável, considerando que a nova empresa responsável pela gestão dos cartões de vale-refeição venceu a licitação oferecendo um desconto de 25% na fatura mensal paga pela Prefeitura. Com essa economia, o sindicato defende que os valores sejam revertidos para melhorar o benefício concedido aos servidores.
Cálculo da economia com a nova operadora do vale-refeição
O Simcasul apresentou uma projeção financeira baseada na proposta da nova operadora de vale-refeição:
- Cenário atual: 1.700 servidores recebem R$ 525, resultando em um custo total de R$ 892.500,00 para a Prefeitura.
- Nova proposta do sindicato: 1.700 servidores receberiam R$ 600, mas com a aplicação do desconto de 25%, o custo final cairia para R$ 765.000,00.
Com essa redução de despesas, o sindicato argumenta que o reajuste do vale-refeição seria possível sem gerar impacto financeiro negativo para os cofres municipais.
Negociação com o Executivo Municipal
Diante das propostas apresentadas, o Simcasul solicitou a retirada do projeto de lei em tramitação na Câmara de Vereadores para que a questão seja debatida em profundidade. O sindicato defende que, antes da aprovação do reajuste geral, seja analisada a alternativa proposta, que prioriza a valorização dos servidores que recebem os menores salários na Prefeitura.
O prefeito Leandro Balardin foi convidado para uma reunião com a Comissão Ampliada dos servidores, marcada para esta sexta-feira (16), às 14h. O sindicato espera discutir as demandas e buscar um consenso que atenda tanto os interesses dos funcionários públicos quanto a viabilidade financeira do município.
Impacto das reivindicações na administração municipal
O pedido do Simcasul levanta um debate sobre a política salarial do funcionalismo público e a priorização de investimentos dentro da administração municipal. Enquanto a Prefeitura defende a necessidade da revisão geral anual, o sindicato argumenta que as classes com menor remuneração precisam de atenção especial, considerando a defasagem salarial e a alta da inflação.
A definição sobre o reajuste e a possível aceitação da proposta alternativa do Simcasul dependerão do posicionamento do Executivo Municipal e da Câmara de Vereadores nos próximos dias. A negociação pode ter desdobramentos significativos tanto para os servidores quanto para a gestão financeira do município.

