Trump renova ameaça ao Hamas após vídeos de execuções em Gaza
MUNDO | Presidente dos EUA diz que “não haverá escolha a não ser entrar e matá-los”; declarações ocorrem em meio a um cessar-fogo frágil e à devolução parcial de restos mortais de reféns.
O presidente Donald Trump publicou nesta quinta-feira (16) em sua rede Truth Social uma mensagem na qual renovou a promessa de nunca tolerar execuções na Faixa de Gaza e afirmou que, se o Hamas continuar a matar civis e supostos colaboradores, “não teremos escolha a não ser entrar e matá-los”. A fala ecoa preocupações internacionais sobre a escalada de violência e sobre a fragilidade do cessar-fogo mediado recentemente por atores internacionais. AP News
Relatos e vídeos amplamente compartilhados e verificados por equipes de checagem mostram homens armados executando pessoas em vias públicas de Gaza, episódios atribuídos por autoridades a ações de grupos dentro do território que disputam o controle com o Hamas. As imagens reacenderam críticas e pedidos de investigação sobre crimes cometidos durante o vácuo de poder. X (formerly Twitter)+1
A declaração de Trump não deixou explícito se os Estados Unidos enviariam tropas para atuar dentro de Gaza ou se qualquer ação direta seria realizada em coordenação com Israel; reportagens indicam, porém, que Washington tem reforçado apoio político e logístico a Tel Aviv na fase de monitoramento do acordo. Apesar das ameaças, autoridades americanas repetiram que não planejam, por ora, o envio massivo de tropas para dentro da Faixa. AP News+1
Do lado israelense, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que “o combate ainda não terminou” e prometeu que aqueles que atacarem Israel “pagarão um preço elevado”, em discurso durante cerimônia de lembrança pelo segundo aniversário do ataque de 7 de outubro de 2023. Ao mesmo tempo, o ministro da Defesa Israel Katz advertiu que Israel retomará as operações militares na Faixa de Gaza caso o Hamas viole os termos do cessar-fogo — especialmente no que diz respeito à entrega dos corpos dos reféns mortos. The Times of Israel+1
O acordo de cessar-fogo previa a entrega de reféns e dos restos mortais dos mortos; nas últimas 48 horas houve movimentação nesse sentido, com a Cruz Vermelha recebendo e encaminhando corpos para identificação, mas as autoridades israelenses dizem que nem todos os restos previstos foram entregues, o que alimenta ameaças de retomada das hostilidades. A tensão sobre a devolução dos corpos é apontada por analistas como um dos pontos centrais que podem levar à ruptura do cessar-fogo. CBS News+1
A conjunção de vídeos de execuções, declarações beligerantes de líderes e a pendência sobre a entrega integral dos corpos criam um contexto de alta volatilidade. Observadores internacionais alertam que, se a violência continuar e o acordo fracassar, a região poderá voltar a um ciclo de escalada militar com repercussões regionais graves.

