Verão quente e úmido prejudica a produção de leite no Rio Grande do Sul

A elevação das temperaturas máximas e da umidade relativa do ar durante o verão colocou os animais em situação de desconforto térmico ao longo do primeiro trimestre deste ano, afetando significativamente a atividade leiteira, com prejuízos econômicos aos produtores rurais no Rio Grande do Sul.

É o que aponta o Comunicado Agrometeorológico 67 – Especial Biometeorológico Verão 2023-2024, editado pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação.

O documento analisa as condições meteorológicas verificadas no período, como precipitação pluvial, temperatura e umidade do ar. Utilizando o ITU (Índice de Temperatura e Umidade), a publicação documenta e identifica as faixas de conforto/desconforto térmico às quais os animais foram submetidos, estimando os efeitos na produção de leite.

“A associação de temperaturas mínimas e máximas e umidades relativas do ar elevadas desencadearam situações de estresse térmico calórico ao longo do trimestre, principalmente no mês de fevereiro, em que os animais estiveram em conforto térmico apenas 30,5% do período avaliado. Inclusive, houve situações perigosas à saúde dos animais durante 13,9% desse mês”, detalhou a pesquisadora Ivonete Tazzo.

Quatro regiões se destacaram no trimestre: Serras do Sudeste e do Nordeste, com os maiores percentuais do período em conforto térmico, e Vale do Uruguai e Baixo Vale do Uruguai, com os menores valores. Os municípios de Passo Fundo e Bento Gonçalves são os únicos em que não foram registradas situações emergenciais ao longo da estação.

Estimativas potenciais de queda de produção diária de leite devido às condições meteorológicas do verão 2023/2024 foram mais acentuadas em vacas de maior produtividade. “Os percentuais médios de perda individual diária ficaram entre 22% e 34%, caso medidas de manejo visando mitigar os efeitos climáticos não fossem adotadas pelos produtores rurais”, disse Ivonete.

Em 13 municípios, a queda estimada da produção diária de leite foi superior a quatro quilos, destacando-se as possíveis maiores perdas registradas para Maçambará (5,1 quilos), Itaqui (4,8 quilos) e Uruguaiana (4,7 quilos) em fevereiro.





Fonte: O Sul

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