A primeira-drama Rosângela Lula da Silva, a Janja, viajou a Doha no início deste mês a convite da sheika do Catar, Mozha bin Nasser al-Missened, para participar de um evento sobre educação. Além de Janja, viajaram também ao menos quatro assessores e oito policiais federais, que fizeram sua segurança.
De acordo com o Estadão, a viagem da primeira-dama custou cerca de R$ 283,3 mil. As passagens dos policiais federais, por exemplo, chegaram a custar até R$ 31,4 mil, pois foram adquiridas de última hora. O documento da Polícia Federal (PF) obtido pelo jornal aponta que o deslocamento dos oito policiais para acompanhar Janja custou R$ 230.552, incluindo passagens e diárias.
O grupo contava com uma delegada da PF, um escrivão e seis agentes da corporação, com diárias que somaram R$ 42,2 mil e variaram entre R$ 6,3 mil e R$ 4,2 mil, a depender da quantidade de dias de cada profissional no exterior. As passagens custaram entre R$ 15,1 mil e R$ 31,4 mil, totalizando R$ 186,2 mil.
Na justificativa para aquisição das passagens fora do prazo mínimo estabelecido pelo Ministério da Justiça, o agente da PF responsável afirma que o convite foi encaminhado “pela organização do evento apenas em 6 de setembro de 2024”, ou seja, na mesma data da viagem.
Contudo, a PF enviou um policial no dia 3 de setembro para realizar “atividades de precursoria e reconhecimentos” em Doha no dia 5. No dia 30 de agosto, esse mesmo agente assinou um termo de responsabilidade, o que reforça a compra das passagens em cima da hora.
Informações do Painel de Viagens do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) mostram que quatro assessores acompanharam Janja: o fotógrafo, Cláudio Adão dos Santos; o ajudante de ordens, Edson Antônio Moura Pinto; a assessora do Gabinete Pessoal da Presidência da República, Camila Fernandes Silva; e a assessora de imprensa de Janja, Taynara Pretto. Para o grupo, a viagem custou R$ 52 mil, entre diárias e passagens.
Lula na ONU
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva levou ao menos 100 pessoas para Nova York esta semana para a reunião da Assembleia Geral da ONU. Segundo apuração do Estadão, o grupo que viajou aos Estados Unidos já soma mais de R$ 750 mil em gastos.
O custo mais elevado até o momento é o da ministra da Gestão, Esther Dweck: mais de R$ 61 mil. Somente a passagem custou R$ 45.851,90. Em nota, o MGI afirmou que é “importante ressaltar que nesta época do ano as passagens para Nova York são mais caras em virtude da alta demanda”. Os bilhetes de Esther foram adquiridos no dia 14 de agosto.
A bordo do avião presidencial brasileiro, que decolou no sábado, 21, estavam também a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o assessor especial para assuntos internacionais, Celso Amorim, e a primeira-dama, Janja. Além de Esther Dweck, os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e Vinícius Marques de Carvalho (CGU) também foram ao evento.
O primeiro ano do governo Lula em 2023 teve aumento de gastos com viagens em relação em último ano da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2022. No ano passado, o governo federal gastou R$ 2,26 bilhões em cerca de 810 mil viagens de servidores. Já em 2022 os gastos somaram R$ 1,54 bilhão para 643,5 mil viagens. Em 2024, até o momento, o governo federal gastou R$ 1,2 bilhão com 445,2 mil viagens.
Estadão