Eduardo Gustavo Christ, 31 anos, é o gaúcho responsável pelo personagem Badin, o Colono. Casado com a criadora de conteúdo Julia Chiochetta e pai da pequena Maitê, de 1 ano, Christ ganhou popularidade em 2019 com vídeos de humor na internet. Em 2023, contudo, ele também passou a ser reconhecido pela sua solidariedade.
Após as enchentes que atingiram o Estado em setembro do ano passado, o engenheiro de formação utilizou suas redes sociais para divulgar uma campanha solidária, na qual arrecadou mais de R$3 milhões de reais para vítimas da catástrofe.
Em 2024, enquanto o Estado enfrenta o pior desastre ambiental de sua história, Badin se prontificou a ajudar novamente as vítimas das enchentes. O humorista organizou o que chamou de “A Maior Campanha Solidária do RS”, disponível para doações neste link.
Com a iniciativa, que teve apoio do ex-BBB Matteus Amaral e do comediante Whindersson Nunes, já foram arrecadados mais de R$ 63 milhões, até a tarde desta quinta-feira (9), para o Estado. Os números altos e surpreendentes parecem fazer parte da vida do artista.
No Instagram, Badin já acumula 2,7 milhões de seguidores, enquanto no Facebook são mais de três milhões de seguidores e seus vídeos somam mais de 120 milhões de visualizações no seu canal no YouTube que conta com 712 mil inscritos. Fora os incontáveis compartilhamentos de suas produções no WhatsApp, em grupos da família, da firma, da faculdade, etc.
Da Engenharia Mecânica para os palcos
Nascido em Aratiba, no norte do Estado, Eduardo é o terceiro filho de Maria e Lúcio. Com ascendência italiana, sua mãe serviu de fonte para a criação do personagem, assim como outros descendentes de italianos de áreas rurais.
O humorista gaúcho apresenta o cotidiano comum do colono – bailes do interior, aniversário na colônia, feiras, colheita – e também lidando com situações mais modernas, como ajudar a mãe no WhatsApp e confusões com senha do Facebook. Em entrevista concedida para a Zero Hora em 2019, o humorista explicou:
— O colono que o Badin representa é uma pessoa querida, que tem aquele jeito de falar alto, de sempre ser receptivo e ajudar o vizinho quando está com dificuldade. Quando mata um porco, leva a carne para os outros. É isso, os costumes que acabam se perdendo. O Badin tenta trazer isso para as pessoas, lembrar como era a nona, que talvez já tenha partido, as coisas que ela falava, o que ela fazia. É trazer essa ingenuidade que tem no personagem do colono. Essa alegria de viver no campo.
Seguindo a aptidão da família para a área, ele se formou em Engenharia Mecânica e, pouco tempo depois, cursou uma pós-graduação especializando-se em gerenciamento de projetos.
Contudo, o humor se revelaria uma área mais proveitosa. Em setembro de 2015, Eduardo gravou uma série de áudios brincando com situações de Erechim. Essas gravações foram parar em uma rádio local.
— Eles falaram que, se alguém soubesse quem fosse o autor, que ligasse para lá. Liguei para a rádio e conversei ao vivo por uns sete minutos, inventando um monte de coisas. Mal tinha criado o personagem (risos) — lembra.
Logo, ele trabalharia nas rádios Colina e Transamérica como Badin, em um período de dois anos e meio. Com o sucesso, logo Badin foi para os palcos.
— Uma conhecida me fez o convite: “Tu não quer ir contar umas piadas no Cras (Centro de Referência em Assistência Social)?”. No rádio, você fica escondido atrás do microfone. Fui e me senti muito bem. Era uma experiência totalmente nova, um desafio. Estava vendo a reação das pessoas na hora – recorda.
Assim, o humorista montou um esqueleto de show. Rapidamente, surgiram as primeiras oportunidades para se apresentar em jantares e festas em comunidade.
Aquela brincadeira surgida em áudio no WhatsApp, portanto, foi transformada em negócio. Eduardo conseguiu prosperar na brincadeira: seus ganhos financeiros se multiplicaram, conseguindo ajudar a família, comprar carro e apartamento, além de retribuir promovendo as campanhas solidárias em prol da população gaúcha afetada pelas tragédias climáticas.
gzh