Inter volta os olhares para a base e aumenta número de jovens no time titular

Dos 11 jogadores do Inter que terminaram a partida contra o Fortaleza, quatro vieram das categorias de base. Anthoni, Gabriel Carvalho, Gustavo Prado e Ricardo Mathias vivem situações diferentes no clube, mas simbolizam a retomada do olhar para o Celeiro de Ases, apelido carinhoso da formação colorada.

De todos eles, o que tem mais destaque é Gabriel Carvalho. Cria da Bom Jesus, bairro da zona leste da Capital, ele está no Inter desde os nove anos (portanto há oito) e virou titular incontestável com Roger Machado. Mesmo sem ter completado a maioridade, chegou à 12ª partida, a nona como iniciando o jogo. É a consolidação de um projeto da base.

Gabriel foi descoberto aos nove anos jogando campeonatos na comunidade. Ingressou ainda no projeto que o Inter mantinha de futsal em Alvorada e foi subindo, jogando quase sempre com os meninos mais velhos. Por isso, teve pouco tempo de sub-20, já que foi chamado para o time principal quando começava na última categoria antes do profissional.

Roger elogiou, mais uma vez, o desempenho da promessa colorada. Desta vez deslocado para o lado esquerdo, foi um dos melhores em campo, inclusive eleito craque da partida pela equipe da Rádio Gaúcha.

— Se tem um lado que o Gabriel mais jogou na formação dele foi o esquerdo. Ele tem facilidade de lidar com a bola com o pé esquerdo, finalizar. Se sente muito à vontade ali, tem muita vitória pessoal também, não é só jogo de articulação — ampliou Roger.

Se Gabriel ocupa o topo da hierarquia entre os jovens com lugar no time, o segundo nessa pirâmide, entre os jogadores de linha, é Gustavo Prado. Aos 19 anos, o carioca que chegou ao Beira-Rio no ano passado vindo da Ferroviária marcou seu primeiro gol com a camisa colorada nesta quarta-feira, em seu 31º jogo pelo Inter. A curiosidade é que entrou no time após começar no banco pela 27ª vez. Uma de suas virtudes é poder substituir qualquer jogador do meio-campo, já que tem versatilidade para atuar pelos dois lados e até centralizado.

— É uma sensação maravilhosa de fazer o primeiro gol, sempre sonhei com isso. Quero agradecer a Deus e ao grupo pela semana que fizemos, e também à torcida que compareceu e incentivou. Roger sempre dá bastante confiança, deixa a gente de boa. Ele me cobra para fechar no segundo poste — disse Gustavo Prado ao final da partida.

Ricardo Mathias também tem subido na hierarquia. Contra o Fortaleza, entrou em campo pela quarta vez na equipe principal do Inter. Grife da base por suas convocações para seleção brasileira, disputou o Sul-Americano sub-17 no ano passado. Tem 18 anos e 1m92cm, o que lhe dá base para ser centroavante. Mas sua velocidade, citou Roger, permite escalá-lo também pelo lado.

caso de Anthoni é diferente. O goleiro é reserva de Rochet, e isso está posto. Mas está sendo preparado para substituí-lo no futuro. Tem 22 anos e está no Inter desde os nove, também no futsal. Participou de todas as categoria de base, foi campeão brasileiro no sub-20 e está consolidado no grupo principal. 

Outra diferença de caso a caso é a validade do contrato. Gabriel Carvalho renovou seu vínculo até dezembro de 2028, o que garante uma polpuda multa rescisória para o caso de saída sem negociação. É exatamente a mesma situação de Gustavo Prado, inclusive com o mesmo período. O prazo é idêntico ao do volante e meia Yago Noal, a próxima promessa a receber chances. O contrato de Anthoni vale até dezembro de 2026

Só Ricardo Mathias tem situação indefinida. Com vínculo até metade do ano que vem, está em tratativas com o Inter. As negociações estão em andamento. Em paralelo, recebeu uma proposta do PSV, mas que não agradou à direção colorada. Existe confiança na extensão. 

— Com a aproximação e o alinhamento dos processos da base e do principal, os talentos tendem a aparecer mais e receber oportunidades. Não é só evolução, é chance mesmo. O acolhimento da comissão técnica principal com os meninos tem maximizado o potencial deles, dá confiança ao atleta — afirma o diretor de futebol de Formação e Transição, Jorge Andrade.

O futuro colorado começa a aparecer no presente.





gzh

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