“Agiu sob forte emoção e está à base de remédios”, diz advogado do autor confesso de duplo homicídio

Na terça-feira, 23, houve um desdobramento importante no caso de duplo homicídio brutal que chocou a região. Anderson Leandro de Carvalho Soares, de 26 anos, compareceu à Delegacia de Polícia de Candelária pela manhã e confessou ser o autor dos assassinatos de Tales Junior Francisco da Silva, de 25 anos, e Tamiris Soares de Melo, de 18 anos, no último domingo, em uma residência de Capão do Valo, no interior do município.


Anderson é ex-companheiro de Tamiris e tem um filho de 3 anos com ela. De acordo com as autoridades, ele teria cometido o crime por não aceitar o fim do relacionamento de seis anos com a jovem, que posteriormente iniciou um namoro com Tales. Anderson Leandro se apresentou ao delegado Tiago Bittencourt acompanhado do advogado Milton Alves dos Santos Bragança.

O advogado de defesa confirmou que seu cliente confessou o crime à Polícia Civil. Ele admitiu o fato e não tem como negar. No entanto, alega que agiu sob forte emoção e estava sob efeito de remédios. Segundo o advogado, seu cliente não queria atirar na vítima de forma alguma, mas acabou atingindo a mulher por acidente. O advogado também afirmou que seu cliente está arrependido e muito abalado. Após prestar depoimento, Anderson Leandro de Carvalho Soares foi informado de sua prisão preventiva.

A ordem de prisão foi solicitada pelo delegado Tiago Bittencourt e expedida pela juíza Fernanda Rezende Spenner, que está substituindo o juiz Celso Roberto Mernak Fialho Fagundes, devido às férias deste. A juíza justificou a prisão preventiva alegando que, mesmo sendo primário, a liberdade de Anderson representaria um grave risco à ordem pública.

A reportagem tentou contatar o delegado Tiago Bittencourt para obter detalhes do depoimento de Anderson, mas ele se recusou a comentar devido à decisão da Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul (Asdep) de não fornecer informações à imprensa devido à falta de reajuste salarial. Em seguida, a Gazeta procurou o delegado regional Luciano Menezes, que afirmou que o delegado Tiago vinha negociando com o advogado a apresentação de Anderson desde terça-feira, atendendo a uma determinação da Chefia da Polícia Civil estadual para conceder entrevistas e informações à imprensa.

“No testemunho, ele confessou ter atirado nas vítimas, mas alegou ter imaginado que o namorado de sua ex iria pegar uma arma no porta-luvas do carro”, explicou Menezes. De acordo com a polícia, Anderson Leandro teria comprado recentemente um rifle tático, calibre 22, com capacidade para 25 tiros, e comentava com pessoas próximas que planejava assassinar o casal. Nenhuma arma foi apreendida até o momento.

No momento do crime, Tales e Tamiris foram até a casa do ex dela para buscar o filho de 3 anos que a jovem tem com o antigo companheiro. Foi nesse momento que o autor teria disparado as armas. A Brigada Militar, a Polícia Civil e o Instituto-Geral de Perícias (IGP) atenderam a ocorrência no domingo. Os corpos foram encontrados dentro de um Ford Focus vermelho, com placas de Candelária, que estava estacionado em uma lavoura de soja próximo a taquareiras.

Tales estava no banco do passageiro. Tamiris foi encontrada deitada no banco traseiro. O veículo foi removido por um guincho e levado para um depósito, onde ficou à disposição das autoridades policiais. Constatou-se que os disparos foram efetuados na cabeça das vítimas, próximo da residência do acusado. Ele conduziu o Focus até o local onde o abandonou e em seguida fugiu em uma motocicleta, não sendo mais encontrado até se apresentar nessa terça-feira.

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