Apenas 27,3% das escolas estaduais do RS possuem ar-condicionado; rede elétrica é entrave para ampliação
EDUCAÇÃO | Governo estadual busca soluções para modernizar a infraestrutura e garantir climatização adequada nas escolas.
Apenas 633 das 2.320 escolas estaduais do Rio Grande do Sul possuem aparelhos de ar-condicionado, conforme informou a secretária estadual da Educação, Raquel Teixeira, nesta segunda-feira (10). O número representa 27,3% da rede de ensino mantida pelo governo do Estado.
Segundo a secretária, apesar de haver recursos para a compra de novos equipamentos, a infraestrutura elétrica das escolas impede a instalação dos aparelhos em muitas unidades. “Vivemos a era dos extremos climáticos. Temos de nos adaptar. A Secretaria Estadual de Educação e a Secretaria Estadual de Obras estão trabalhando no calendário de restauração e modernização da rede. O desafio é que comprar o aparelho não significa, às vezes, poder instalá-lo por causa da rede elétrica que é muito frágil”, afirmou Raquel.
Diante das temperaturas próximas dos 40ºC registradas no Estado, o Sindicato dos Professores do Ensino Público (Cpers) entrou na Justiça solicitando o adiamento do início do ano letivo, previsto para esta segunda-feira (10). A Justiça aceitou o pedido e determinou o retorno das aulas apenas em 17 de fevereiro. O governo estadual, no entanto, recorreu da decisão.
Secretaria de Obras promete agilidade na reforma elétrica
Em nota, a Secretaria de Obras Públicas (SOP) informou que implementou mudanças em seus processos para viabilizar, a partir de 2025, a modernização da rede elétrica das escolas estaduais. A principal novidade é a adoção do modelo de contratação simplificada, que permite a manutenção por blocos de escolas, acelerando a execução das obras.
“Em 2023 e 2024, não faltaram recursos para a realização de obras nas escolas do Estado. A situação permanece a mesma em 2025, com a certeza de mais agilidade nos processos, graças à contratação simplificada”, afirmou a secretária da SOP, Izabel Matte.
A reforma elétrica das escolas seguirá um cronograma de prioridades e passará por etapas técnicas rigorosas. O processo inclui vistoria da rede elétrica, cálculo da carga necessária, elaboração de projeto elétrico e instalação de novas subestações, quando necessário, além da aprovação das concessionárias de energia.
A adoção da contratação simplificada também busca reduzir a burocracia ao permitir que escolas tenham empresas pré-contratadas para manutenção elétrica, eliminando a necessidade de licitação individual por obra.
Educação como prioridade
Nos últimos anos, o governo estadual tem retomado investimentos na infraestrutura das escolas. Segundo a SOP, essas melhorias fazem parte da política de priorização da educação estabelecida pelo governador Eduardo Leite em seu segundo mandato.

