4 de dezembro de 2025

Bolsonaro segue como principal nome da direita mesmo após condenação no STF

JAIR BOLSONARO

POLÍTICA | Ex-presidente mantém liderança isolada em pesquisa Ipespe; Tarcísio aparece distante em segundo lugar

Mesmo após a condenação histórica no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) continua sendo visto pela população como o principal representante da direita no Brasil. É o que aponta a pesquisa Pulso Brasil, do Ipespe, realizada entre os dias 19 e 22 de setembro.

Segundo o levantamento, 45% dos brasileiros citam Bolsonaro como a principal liderança da direita. Em segundo lugar aparece o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 13% das menções. A distância entre ambos é ampla e repete o cenário registrado em julho deste ano, quando os números foram idênticos.

Ranking dos principais nomes da direita

  • Jair Bolsonaro (PL) – 45%
  • Tarcísio de Freitas (Republicanos) – 13%
  • Ratinho Júnior (PSD) – 5%
  • Ronaldo Caiado (União Brasil) – 5%
  • Romeu Zema (Novo) – 4%
  • Nenhum desses/Outros – 16%
  • Não sabem – 13%

Entre os eleitores que se declaram de direita, o domínio de Bolsonaro é ainda mais expressivo: 63% o apontam como principal representante, contra apenas 14% de Tarcísio.

O levantamento entrevistou 2.500 pessoas com 16 anos ou mais, representativas da população brasileira em sexo, idade, localidade, instrução e renda. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com 95,45% de intervalo de confiança.

A condenação no STF

No dia 18 de setembro, a Primeira Turma do STF condenou Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão, além de multa, pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

A votação terminou em 4 a 1: os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Alexandre de Moraes (relator) votaram pela condenação, enquanto Luiz Fux defendeu a absolvição. Foi a primeira vez na história do país que um ex-presidente da República foi condenado por tentativa de golpe de Estado.

Na decisão, o relator destacou o “papel de liderança” de Bolsonaro na articulação da tentativa de ruptura institucional. Como atenuante, foi considerado o fato de o ex-presidente ter mais de 70 anos.

A pena foi dividida em 24 anos e 9 meses de reclusão e 2 anos e 6 meses de detenção, além de 24 dias-multa no valor de dois salários mínimos cada, totalizando R$ 370 mil corrigidos pelo IPCA.

A defesa

A defesa de Bolsonaro, representada pelo advogado Celso Vilardi, nega a participação do ex-presidente em qualquer trama golpista. Durante o julgamento, afirmou que “não há uma única prova” que vincule Bolsonaro ao plano conhecido como Punhal Verde e Amarelo, à Operação Luneta ou aos atos de 8 de janeiro de 2023.

“Não tem absolutamente nada a ver com o 8 de janeiro. O presidente [Bolsonaro] não atentou contra o Estado Democrático de Direito”, declarou Vilardi, que também questionou a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, e a existência da chamada “minuta golpista”.

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