Cachoeira do Sul: A Cidade Onde Morrer é Proibido

O empresário do setor funerário em Cachoeira do Sul, Milton Weber, usou a Tribuna Popular na sessão ordinária da Câmara Municipal de Vereadores na segunda-feira, 15 de julho, para denunciar a situação alarmante dos cemitérios da cidade.


Weber destacou a falta de espaços para novos sepultamentos e expressou sua profunda angústia pela negligência das gestões municipais ao longo dos anos. “Estou angustiado. Me sinto envergonhado por saber a situação em que chegaram os cemitérios de Cachoeira”, declarou Weber, visivelmente emocionado.


A cidade possui quatro cemitérios principais: Municipal, Jardim da Paz, Alamedas e Irmandades. Este último está em situação crítica, com desmoronamentos constantes. Apesar dos riscos, os sepultamentos continuam sendo permitidos em áreas não consideradas de risco, enquanto os demais foram transferidos para ossários, aguardando a retirada pelas famílias.


O Cemitério Municipal, segundo Weber, está completamente lotado. “Acreditem ou não, não tem mais lugar. Se ligar para lá agora e solicitar uma vaga para um sepultamento, lhes dirão que não tem”, enfatizou Weber, ilustrando a gravidade do problema.


Weber implorou por ações imediatas dos vereadores, destacando que a situação não é nova e já vem sendo denunciada há muito tempo. “Venho falando com a mídia de todas as naturezas e nada se faz, é sempre a mesma ladainha. Se estão com dúvida, façam um tour no Cemitério Jardim da Paz. Está uma esculhambação, se tornou um depósito de materiais de obras. Espaço tem sobrando, Deus é generoso. Lá tem uma área de 4 hectares, o que soluciona esse problema por muitos anos, mas está abandonado. Não são capazes nem de cortar a grama”, desabafou.


Weber mencionou um projeto da engenheira Maria Luisa Sander para o Jardim da Paz, uma área nobre que poderia resolver o problema de espaço. Ele criticou a inércia do governo municipal, que levou quatro anos para construir apenas 80 carneiras. “Promessa tem de monte, mas execução nada. O que vamos esperar dessa Prefeitura?”, questionou Weber, desiludido.


Por fim, Weber propôs uma solução aos parlamentares: destinar uma parte da verba orçamentária anual para a construção de novas carneiras. “Estou apelando pra vocês, vereadores, ajudem a minha comunidade. Estou falando bobagem? Acredito que não. Quem quiser conferir, vá aos cemitérios e veja. Temos que buscar soluções. Em Encruzilhada, quando a família compra uma carneira, a Prefeitura constrói mais duas. Espero não sair pior do que cheguei aqui hoje e ainda sair zombado, mas saibam que a situação é CRÍTICA”, concluiu.

Miltom Weber em entrevista no programa de rádio Vale Notícias, reiteirou a sua fala sobre a gravidade da situação nesta terça-feira dia 16/07.

A crítica de Weber é um chamado à ação para que as autoridades municipais finalmente enfrentem esse problema de frente, em vez de continuarem a negligenciá-lo, deixando a população sem alternativas dignas para seus entes queridos.

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