31 de março de 2025

Defesa de homem que atirou filho de ponte alega agressões e questiona inquérito

CASO THÉO FELBER

CASO THÉO | Advogados afirmam que Tiago Felber foi espancado por policiais e agentes penitenciários e não teve direito a defesa adequada

A defesa de Tiago Ricardo Felber, 40 anos, acusado de atirar o próprio filho, Théo Ricardo Ferreira Felber, de cinco anos, de uma ponte sobre o Rio Vacacaí, em São Gabriel, afirmou que o réu sofreu agressões durante a prisão e questionou a condução do inquérito policial. A declaração foi divulgada após a audiência de custódia realizada nesta quarta-feira (26), na qual a Justiça decretou a prisão preventiva do acusado.

Segundo os advogados, Felber teria sido espancado tanto por policiais quanto por agentes penitenciários após ser detido. Além disso, alegam que, no momento do depoimento, ele não foi informado de seu direito a assistência jurídica, o que comprometeria a legalidade da oitiva.

“Ele está sendo condenado sem julgamento”, diz defesa

Em nota, os advogados destacaram que Felber já está “sendo execrado e punido antes mesmo do devido processo legal”. Segundo a defesa, ainda faltam laudos essenciais para a conclusão do inquérito, como o exame de necropsia que determinará a causa exata da morte da criança.

— Ele está sendo condenado antes do julgamento, sendo julgado pela opinião pública e pela mídia, sem que todos os elementos do processo tenham sido analisados — afirmaram os advogados.

A defesa reforçou que o cliente tem direito a um julgamento justo e que as supostas agressões sofridas por ele dentro do sistema carcerário serão denunciadas às autoridades competentes.

Ministério Público deve apresentar denúncia nos próximos dias

Apesar da nota da defesa, o Ministério Público deve formalizar nos próximos dias a denúncia contra Felber, que pode responder por homicídio qualificado por motivo torpe e meio cruel, além de outros agravantes que possam ser apontados ao longo da investigação.

A Polícia Civil segue analisando as provas coletadas, incluindo imagens de câmeras de segurança que mostram que Théo estava vivo antes de ser jogado da ponte. Além disso, áudios enviados por Felber à mãe do menino, nos quais ele admite ter cometido o crime para se vingar da ex-companheira, reforçam as evidências contra ele.

Enquanto a defesa busca contestar a legalidade da prisão e questiona a condução do inquérito, a comoção pelo assassinato da criança continua mobilizando a comunidade. Moradores de Nova Hartz e São Gabriel organizam manifestações exigindo justiça para Théo, enquanto o caso segue repercutindo em todo o estado.

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