Instalação da CPMI do INSS impõe derrota ao governo na eleição da presidência
Carlos Viana (Podemos-MG) supera Omar Aziz (PSD-AM), candidato alinhado ao Planalto; relatoria também fica com opositor
A instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, nesta quarta-feira (20), na Câmara dos Deputados, terminou em derrota para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A oposição conseguiu eleger o senador Carlos Viana (Podemos-MG) para a presidência, deixando para trás o acordo costurado pelos presidentes da Câmara e do Senado para indicar Omar Aziz (PSD-AM).

Viana recebeu 17 votos, contra 14 de Aziz, e assumiu o comando da comissão que terá 180 dias para investigar as fraudes em descontos de aposentados e pensionistas. A relatoria, que deveria ficar com o deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), também escapou do arranjo político. O escolhido foi Alfredo Gaspar de Mendonça Neto (União-AL), parlamentar ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Gaspar, que já relatou o pedido de suspensão da ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), é ainda signatário do projeto de urgência para anistiar presos pelos atos do 8 de Janeiro.

Conflito em plenário
Após o anúncio do resultado pela senadora Tereza Cristina (PP-MS), Aziz protestou contra o encerramento da votação antes de todos os parlamentares registrarem presença. Em tom de crítica, comparou o episódio à vitória de Lula sobre Bolsonaro em 2022, defendendo que “quem tem mais voto vence”.
Apesar da insatisfação, Aziz desejou “boa sorte” a Viana, pedindo que o novo presidente conduza a CPMI com isenção.

