5 de dezembro de 2025

Leite no PSD: migração em bloco pode inflar sigla no RS e redesenhar mapa político de 2026

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Na Assembleia Legislativa, quatro dos cinco deputados devem sair do PSDB junto de Leite | Foto: Paulo Garcia/ Agência ALRS

POLÍTICA | Deputados estaduais e federais devem seguir governador e reforçar legenda com pouca força no Estado

A mudança de partido do governador Eduardo Leite, oficializada na sexta-feira (9), pode ser o estopim para uma reorganização expressiva no tabuleiro político do Rio Grande do Sul, com reflexos diretos nas eleições de 2026. Com a ida para o PSD, Leite deve atrair uma leva de deputados, estaduais e federais, que acompanham o governador desde sua gestão no PSDB. A possível migração em bloco pode transformar radicalmente o peso da sigla no Estado.

Na Assembleia Legislativa, a expectativa é que ao menos quatro dos cinco deputados tucanos façam o mesmo movimento. A deputada Nadine Anflor, por exemplo, já manifestava insatisfação com o PSDB e confirma a tendência de mudança. O mesmo acontece com o deputado Elizandro Sabino e com o líder do partido em Caxias do Sul, Neri, o Carteiro, que marcou uma reunião para segunda-feira (12) com os tucanos caxienses antes de bater o martelo.

No cenário federal, os deputados Lucas Redecker e Daniel Trzeciak também estão na mira do novo PSD gaúcho. Ambos vinham sendo assediados por outras legendas, mas a movimentação de Leite reacendeu o interesse na sigla de Gilberto Kassab. Trzeciak, contudo, ainda pondera sobre o peso do PSD na base do governo Lula, onde a sigla ocupa três ministérios, o que pode representar um entrave para parlamentares de perfil mais liberal.

A fusão nacional entre PSDB e Podemos, que já está em andamento, abre caminho para que os insatisfeitos com a nova legenda possam migrar sem o risco de perda de mandato, mesmo antes da abertura da janela partidária prevista para abril de 2026. Isso, porém, ainda depende de definições jurídicas e internas.

Atualmente com apenas um deputado estadual e um federal, o PSD tem pouca expressão no RS, embora no cenário nacional seja uma das maiores forças do país. Nas eleições municipais de 2024, a sigla elegeu 12 prefeitos e 110 vereadores no Estado. A entrada de Leite e de um bloco parlamentar robusto pode redefinir o protagonismo do partido no Sul e abrir novos horizontes para alianças e candidaturas em 2026.

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