Prefeito discute impactos da estiagem com representantes do agronegócio

Reunião abordou securitização das dívidas e os reflexos econômicos da seca em Cachoeira do Sul
O prefeito Leandro Balardin reuniu-se na segunda-feira (1º), na Prefeitura, com representantes de entidades do agronegócio, produtores rurais e vereadores para esclarecer pontos sobre o decreto de emergência da estiagem. A principal preocupação dos produtores é a securitização das dívidas agrícolas, tema que depende de decisão do Governo Federal.
Em âmbito municipal, Cachoeira do Sul está em situação de emergência desde 13 de fevereiro, com decreto válido por 180 dias, prorrogável conforme necessidade. No Congresso Nacional, tramita um projeto de lei do senador Luis Carlos Heinze que propõe a securitização das dívidas rurais, o que poderia beneficiar os produtores locais.
Balardin destacou que todas as famílias necessitadas de água foram atendidas pela Prefeitura e que não houve necessidade de distribuição de cestas básicas, pois há estoque na Secretaria de Desenvolvimento Social. “O decreto de emergência estadual foca na ajuda humanitária, mas o que os produtores precisam é condição para quitar suas dívidas com os bancos”, afirmou o prefeito.
A reunião contou com a presença do tenente-coronel Rafael Gonçalves Pereira, coordenador regional da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, e do sargento Vagner Guimarães Coelho. Segundo Rafael, a postura do município está correta, pois muitas cidades decretaram emergência sem conseguir comprovar perdas humanitárias. Em Cachoeira do Sul, não houve registros de mortes, doenças, mortes de animais ou deslocamento de famílias devido à seca. Durante o pico da estiagem, 120 famílias receberam abastecimento de água da Prefeitura, sendo que 69 seguem recebendo assistência regular, especialmente na região do Cerro dos Peixotos.
O prefeito enfatizou que o laudo da Emater aponta prejuízo significativo na lavoura de soja, estimado em R$ 150 milhões. “O decreto estadual não resolve o problema crônico da seca e das safras frustradas”, alertou Balardin, destacando ainda a perda de arrecadação municipal e o aumento dos custos dos seguros agrícolas como consequências da estiagem.