Secretaria da Saúde reforça a importância da vacinação contra meningite na faixa dos 11 aos 14 anos

Alguns dos tipos mais graves de meningite podem ser prevenidos com um imunizante disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para a faixa etária dos 11 aos 14 anos. A vacina é aplicada em dose única e protege contra quatro tipos da bactéria responsável pela doença, cuja letalidade pode chegar 70% em determinados casos.


De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (SES), já foram registrados neste ano 22 casos no Rio Grande do Sul, com três mortes. No ano passado foram 47 ocorrências e oito óbitos.


A vacina Meningocócica ACWY (Conjugada) foi originalmente implantada pelo Ministério da Saúde no calendário do Programa Nacional de Imunizações (PNI) para adolescentes em 2020, na época para a gurizada de 11 e 12 anos. Em 2022, essa faixa etária foi ampliada até os 14.


O grupo com maior risco de adoecimento é o de menores de 5 anos de idade, especialmente abaixo de 1 ano. Mas são os adolescentes e adultos jovens os principais responsáveis pela circulação da doença. Eles respondem pelo maior número de casos assintomáticos – assim, podem transmitir a outras pessoas, já que o meningococo é capaz de persistir na nasofaringe por várias semanas ou até que o indivíduo seja tratado com o antibiótico indicado por um profissional da saúde.


Os dados da vacinação com a Meningocócica ACWY apontam no Rio Grande do Sul uma cobertura abaixo do preconizado: 55,8%, quando o ideal é 80%. No ano passado, esse índice ficou em 61,1%.


Saiba mais


A meningite é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Ela pode ser causada por microrganismos, como vírus, bactérias, fungos e parasitas. De um modo geral, a meningite bacteriana é a mais grave entre elas.


Nos casos em que é causada pela bactéria Neisseria meningitidis (meningococo), leva o nome de doença meningocócica. Ela pode levar a uma inflamação da meninge (meningite meningocócica) e/ou a uma meningococcemia, quando atinge a corrente sanguínea e gera infecção generalizada.


A maioria dos casos da doença são causados por um desses cinco tipos de meningococo: A, B, C, W e Y. O sorogrupo mais frequente no Brasil é o C, razão pela qual a vacina foi incluída em 2010 no calendário infantil do Programa Nacional de Imunizações (PNI).


Desde então, o número de casos de todos os tipos de meningite caiu quase três vezes no país, e o de casos do tipo C caiu quase quatro vezes. O sorogrupo B é hoje o mais predominante entre crianças. Em todas as faixas etárias é o segundo, atrás do C e à frente do W e do Y. O tipo A não acontece mais no Brasil.


O meningococo é transmitido por meio de secreções respiratórias e da saliva, durante contato próximo ou demorado com o portador, especialmente entre pessoas que vivem na mesma casa. Essa bactéria não é tão contagiosa como o vírus da gripe, por exemplo, e não há transmissão por contato casual ou breve, ou simplesmente por respirar o ar onde uma pessoa com a doença tenha estado. Os ambientes com aglomeração de pessoas oferecem maior risco de transmissão e contribuem para desencadear surtos.


A evolução da doença meningocócica é rápida, com o surgimento abrupto de sintomas como febre alta e repentina, intensa dor de cabeça, rigidez do pescoço, vômitos e, em alguns casos, sensibilidade à luz (fotofobia) e confusão mental. A disseminação do meningococo pelos vasos sanguíneos pode produzir manchas vermelhas na pele (petéquias, equimoses) e até necroses que podem levar à amputação do membro acometido.


O risco de morte pela doença é alto: 10% a 20%, podendo chegar a 70%, se a infecção for generalizada (meningococcemia). Entre os sobreviventes, cerca de 10% a 20% ficam com sequelas como surdez, cegueira, problemas neurológicos e membros amputados. O tratamento é feito com antibióticos e outras medidas de preservação do equilíbrio do organismo, em Unidade de Terapia Intensiva isolada.






(Marcello Campos)
O Sul

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