14 de dezembro de 2025

Sobrepeso atinge mais de 33% dos adultos gaúchos e acende alerta para risco de câncer

SOBRE PESO OBESIDADE

SAÚDE | Nova aba do Observatório do Câncer detalha relação entre alimentação inadequada e aumento de casos da doença no RS

Mais de um terço dos adultos gaúchos, com idades entre 20 e 60 anos, estão com sobrepeso, segundo novo levantamento da Secretaria Estadual da Saúde (SES). Os dados, referentes a 2024, constam na atualização mais recente do painel do Observatório do Câncer, que agora também monitora a prevalência de sobrepeso entre a população atendida nas unidades de saúde da atenção primária.

O índice é alarmante: 33% dos adultos apresentam excesso de peso — um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de câncer, ao lado do sedentarismo e tabagismo. O levantamento ainda revela que 21% dos adolescentes gaúchos também sofrem com o problema. Entre as crianças, a prevalência foi de cerca de 7% para menores de dois anos e 9% entre os pequenos de dois a cinco anos.

De acordo com a chefe da sessão das Políticas Transversais do Departamento de Atenção Primária e Políticas de Saúde da SES, Maisa Pedroso, os dados reforçam a necessidade de ações preventivas:
“A alimentação e a nutrição são fatores de proteção para doenças, inclusive o câncer, e os dados nos mostram que o sobrepeso e a obesidade são problemas a serem enfrentados no RS.”

A principal causa apontada para os altos índices de sobrepeso é o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados — refrigerantes, salgadinhos, biscoitos e outras opções industrializadas, que têm impacto direto na saúde pública. No Brasil, cerca de 4% dos casos de câncer estão relacionados a hábitos alimentares inadequados, com destaque para os cânceres de mama, colorretal e próstata.

Menos de 30% têm dieta monitorada

Os dados do painel foram coletados entre 2020 e 2024 pelas equipes da Atenção Primária do Sistema Único de Saúde (SUS). Um dado preocupante é que menos de 30% das pessoas atendidas tiveram o consumo de ultraprocessados registrado, o que dificulta o controle efetivo do problema e exige maior atenção dos gestores municipais.

Ferramenta para ações locais

Além de indicar a prevalência do sobrepeso em diferentes faixas etárias, o Observatório do Câncer traz metas de monitoramento e planos de ação para cada município, com base nos dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do Ministério da Saúde (SISVAN/MS). Os indicadores visam subsidiar políticas públicas focadas na promoção de alimentação saudável e prevenção do câncer.

O painel digital, desenvolvido com apoio técnico do TelessaúdeRS-UFRGS e parceria do Cosems/RS, já é referência na prevenção dos cânceres de colo do útero, mama e tabagismo. Agora, inova ao trazer uma nova aba exclusiva sobre nutrição, incluindo série histórica dos dados, riscos do sobrepeso e consumo de ultraprocessados.

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