Quem passava pela parcela de Secagem e Armazenagem no Espaço Casa da Emater, na 22ª Expoagro Afubra, em Rio Pardo, e via um técnico colocando uma pequena quantidade de grãos de milho e uma dose de óleo de cozinha em uma panela poderia até pensar que a pipoca estava a caminho. Mas não, o que estava ocorrendo era uma demonstração de um sistema artesanal de determinação do teor de umidade de grão, chamado Método Edabo. O sistema se caracteriza pelo baixo custo e praticidade.
O nome Edabo, de acordo com o extensionista da Emater/RS-Ascar Cássio Milbradt, vem de Evaporação Direta da Água em Banho de Óleo. “Neste método, uma amostra de cem gramas de grãos é coberta com óleo de soja refinado, em um recipiente com uma tampa perfurada e um termômetro inserido, de modo a permitir a aferição da temperatura do banho de óleo”, explica. A ideia central é aquecer o produto até uma temperatura pré-determinada (há uma tabela para isso), resfriando-o naturalmente em seguida. “A diferença de peso do conjunto, antes e depois do aquecimento, é o teor de umidade da massa do grão”, diz Milbradt.
O extensionista salienta que é um método simples, barato e facilmente executado, sendo necessário apenas um recipiente para aquecimento, que pode ser uma panela de alumínio com tampa com furo, uma balança e um termômetro. “É um investimento que talvez não ultrapasse R$ 200”, comenta o extensionista da Emater/RS-Ascar Luiz Antônio Marmitt, reforçando a importância de determinar a umidade dos grãos, especialmente para quem tem a intenção de guardar e conservar produtos agrícolas. “Uma umidade ideal gira em torno de 12 a 13%”, comenta.
Milbradt afirma que as condições de umidade e temperatura são decisivas para evitar a contaminação por fungos e diminuir a incidência de pragas, influenciando ainda no metabolismo do grão, aumentando a qualidade e tempo de armazenagem. Circulando pela feira, o agricultor Erni Jahn, de Arroio do Tigre, esteve na parcela para conhecer a novidade. “Nunca tinha visto esse sistema”, afirmou, mencionando o método Edabo.
Parceria com a Classificação e Certificação
Junto à parcela de Secagem e Armazenagem, também estava parte da equipe de Classificação e Certificação da Emater/RS-Ascar. No local, os extensionistas divulgavam a possibilidade de os agricultores familiares acessarem análises físicas de grãos de forma gratuita. “A ideia desse serviço é avaliar a qualidade do produto, identificando melhorias nos processos de colheita, secagem, armazenagem e comercialização”, salienta o gerente adjunto do serviço de Classificação e Certificação, Gilceu Cipolatti, ao destacar que o trabalho é feito em parceria com a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi/RS).
Na análise entram vários tipos de grãos – como arroz, milho, soja e feijão – e até tabaco. Para realizar o serviço basta o agricultor levar uma pequena amostra do produto que colheu em alguma das 22 unidades de Classificação e Certificação do Estado, que ele receberá um laudo da qualidade do produto depois de feita a análise. “A nossa intenção é contribuir, principalmente na hora da comercialização, no momento da oferta na cooperativa, na indústria, para clientes, para que seja entregue um produto com alto padrão, o que gerará mais renda e mais satisfação para o consumidor”, finaliza. Mais informações podem ser obtidas nos escritórios da Emater/RS-Ascar.
Foto: Expoagro Afubra / CP
Fonte: Emater-RS